<p>Quando a nova marca da DC Comics foi apresentada, eu tive uma daquelas típicas reações inerentes a qualquer criativo que se preze: in-ve-ja.</p>



<h2 class="wp-block-heading"><a></a>QUAL O LIMITE DO PLÁGIO?</h2>



<p>Achei o trabalho simplesmente sensacional, uma marca multiplataforma, cheia de nuances e possibilidades gráficas, enfim, um trabalho admirável, e olha que para um criativo admitir isso, é uma tarefa um tanto quanto complexa, rerere…</p>



<p>Bem, colocando isso na mesa, logo de cara deixo claro a minha simpatia pelo case, o que não me impediu de fazer uma pesquisa informal, para saber mais a respeito da repercussão desta nova marca.</p>



<p>Percebi que não agradou a muita gente na época, mas acredito que muito dessa sensação negativa tenha sido a ver com o conservadorismo do pessoal &#8220;Old School&#8221; (grupo no qual me insiro), mas pouco a pouco esta barreira será quebrada. Motivos não faltam para isso e abaixo listo alguns:</p>



<h3 class="wp-block-heading"><a></a>Modernidade</h3>



<p>Em época de tablets, <a href="https://iphoneblog.com.br/onde-comprar-iphone-barato-e-confiavel/">iPhone barato</a>, notebooks e outros tantos gadgets que facilitam muito as novas aplicações gráficas, ficar apegado a uma estética baseada em brasões, selos ou escudos num universo que não é &#8220;retrô&#8221;, acho burrice.</p>



<p>A <strong>Landor Associates</strong>, que foi a consultoria de marca responsável pelo case na época, obviamente percebeu isso lá atrás, tanto que já vinha trabalhando neste projeto há algum tempo, pautando-o fortemente em um visual moderno, jovem e claro, bastante camaleônico.</p>



<p>Aos que sentem falta da identidade calcada em selos, brasões, carimbos, escudos e afins, deixo claro que não estou condenando o seu uso, mas sim, tentando mostrar que podemos evoluir, olhar para outras estéticas e inseri-las no cotidiano de segmentos que anteriormente sequer cogitava isso, obtendo resultados muito interessantes e rompendo com velhos paradigmas, o que sempre nos leva a evoluir.</p>



<h3 class="wp-block-heading"><a></a>Dinamismo</h3>



<p>A vivacidade e versatilidade que a nova marca transmite salta aos olhos, ao descortinar a letra &#8220;D&#8221; para cada nova revelação aplicada na letra &#8220;C&#8221; a marca remonta a sua identidade a cada exposição, sempre diferente, sempre viva, sempre adequada ao seu meio.</p>



<p>O jogo da identidade secreta dos seus personagens contribui de maneira essencial para que o DNA da nova marca seja forte e reflita além da sua rica e respeitável história, também o seu posicionamento futuro, suas metas, e os caminhos que espera percorrer para conquistar esta nova geração de leitores, certamente mais informada, atenta, crítica e exigente. É claro nas suas aplicações o quão dinâmica e versátil é a nova marca, e sem dúvidas, esta é uma arma clara e eficiente para estabelecer um novo ponto de diálogo entre a DC Comics e o público.</p>



<h3 class="wp-block-heading"><a></a>Coragem</h3>



<p>Mudar é sempre um dilema. Até onde ir, o medo de perder o terreno já conquistado, enfim, um inferno. Um bom diagnóstico, aliado a uma boa gestão de marketing e uma boa consultoria de marca geralmente minimizam e muito estes dilemas.</p>



<p>A <strong>DC Comics</strong> se cercou destes itens e certamente colherá ótimos frutos no futuro, mas só ele irá dizer isso, infelizmente preso aqui no presente eu só posso opinar e torcer. Admiro empresas com coragem verdadeira para encarar desafios desta forma, sem ficar no meio do caminho, fazer as coisas pela metade, ou remendar e desfigurar toda uma história de marca para ao final do processo, obterem um resultado medíocre.</p>



<p>Aqui a DC &#8220;peitou&#8221; a inovação, certamente deixou livres os criativos da Landor, que por sua vez, vestiram a camisa da DC e conseguiram um resultado de marca surpreendente.</p>



<h3 class="wp-block-heading"><a></a>Visual</h3>



<p>Essa junção do efeito flipboard da letra &#8220;D&#8221; a um conjunto sempre multicolorido, tecnológico, vibrante no fundo, trás para a marca uma potência visual que pouco se vê por aí. Suas escolhas foram bem ajustadas e mesmo quando aplicadas sobre fundos multicoloridos ou repletos de elementos, ainda assim se sai bem.</p>



<p>O capricho e o cuidado com as cenas de fundo como a fumaça branca, as faíscas, a luz verde, o concreto, enfim, todas elas, é percebido desde o primeiro momento. Ponto para quem concebeu e ponto extra para quem zelou por tudo isso.</p>



<h3 class="wp-block-heading"><a></a>Pérolas</h3>



<p>Ainda na pesquisa que fiz, encontrei alguns pontos de vista engraçados, exóticos e peculiares. Vou citar apenas alguns aqui, para perceberem o quão nevrálgico é o assunto, e contra que tipo de argumentações luto diariamente:</p>



<p>&#8211; Parece um copo de iogurte visto de cima!</p>



<p>&#8211; Parece uma latinha de cerveja vista de cima!</p>



<p>&#8211; Parece um pote de margarina sendo aberto!</p>



<p>&#8211; Parece um grande vaso sanitário com uma tampa de borracha por cima!</p>



<p><strong>Viram o que eu disse?</strong></p>



<p>Se falam isso de uma projeto criado pela maior consultoria de marcas do mundo, que levou mais de um ano para ser concluído, que mobilizou qualificados profissionais mundo afora e que envolveu uma enorme verba para concepção e divulgação, o que não diriam de uma marca sem todo este &#8220;pedigree&#8221;?</p>



<h3 class="wp-block-heading"><a></a>Plágio</h3>



<p>Paira sobre este case uma suspeita de plágio, pois existe de fato um trabalho de conceito e execução bastante semelhantes, que é do <strong>Discovery History UK</strong>. Guardadas todas as distâncias, eu gosto dos dois, ambos são ótimos no que se propõem, obviamente bebem na mesma fonte, o &#8220;descortinar de uma página&#8221; que revela algo.</p>



<p>Um neutraliza o primeiro plano (DC) e guarda o impacto para o segundo, que são as aplicações gráficas no fundo. O outro (Discovery History) inverte essa ordem, escancara fatos históricos no seu primeiro plano e no segundo, fecha com a sua cor de identidade, como que assinando cromaticamente o seu conteúdo.</p>



<p>Um &#8220;flipa&#8221; da esquerda para a direita de forma ascendente, outro da direita para a esquerda de forma descendente, ambos possuem a letra &#8220;D&#8221; como primeiro elemento, enfim, o assunto dá muita discussão e opiniões sempre são bem-vindas.</p>



<p>O fato é que as duas marcas bebem da mesma fonte, e isso quase sempre põe a perder ambas, quase sempre. Aqui não acho que se perderam não, acho que ambas nos ensinam e cabe a nós tirar delas as melhores lições. É isso.</p>



<p>Para os interessados algumas referências:</p>



<p>http://www.dccomics.com/</p>



<p>http://www.discoveryuk.com/</p>



<p>http://www.behance.net/gallery/Discovery-History-brand/1161643</p>



<p>http://bpando.org/tag/landor/</p>


Leave a Reply